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CÔCO DE CACETE (MANEIRO OU MINEIRO PAU )

É uma das típicas e autenticas danças do negro.


Foi um côco dançado inicialmente pelos negros escravos, que aproveitavam os raros momentos de folga/descanso para ensaiarem uma dança guerreira de ataque e defesa, para o caso de uma fulga. Quem assistia, no caso dos feitores e senhores de engenho, viam apenas um bailado dançado com dois porretes.
Enquanto a fuga não acontecia, o côco era dançado ao som dos porretes, temperado com o batuque, lundum e outras danças.


Em alguns Estados é conhecido como maneiro pau, mineiro pau ou manejo o pau. Na Paraíba, é conhecido como CÔCO DE CACETE.

Mineiro-Pau (wikipedia)

Mineiro-Pau é uma dança guerreira porque nela se usa um bastão como arma de ataque e defesa em simulações de combate. Recebe ainda a denominação de Bateo-Pau-Mineiro. No grupo, formado por cerca de 25 componentes, os homens tocam e as mulheres cantam. Os homens vestem calça comprida e camisa e as mulheres, saia rodada e blusa, seguindo os enfeites o gosto do mestre. O acompanhamento musical se reduz geralmente a um acordeão no centro da roda, ao qual se juntam, por vezes, viola, violão ou violino, triângulo, pandeiro e tamborim. O solista (violeiro ou violinista) canta acompanhando a música com seu instrumento a fim de animar a dança, que começa com moças e rapazes formando um círculo de mãos dadas. A direção cabe ao mestre ou chefe, que comanda, com um apito, as evoluções, as batidas de bastão, o ritmo, a cantoria.


A formação é em fileiras, círculos, pares, com ou sem dançador no centro. Os bastões, com cerca de metro e meio, de madeira roliça e resistente, permitem ao dançador um manejo firme e seguro. Os dançarinos voltam-se ora para a direita, ora para a esquerda, enquanto sapateiam acompanhando o ritmo e o compasso da melodia. É uma das mais populares danças de pares soltos conhecidas no Brasil. Está associada ao ato de corte da cana-de-açúcar, por causa das viradas de um lado para o outro, ou ao Cateretê, por causa das batidas de palmas, ou ainda ao Batuque paulista, no qual se insinua a umbigada.

Luta? Defesa? Brutalidade? Dança? Arte

Mas, afinal, o que é o Mineiro Pau?

          Talvez uma mistura disso tudo. Realizado, na maioria das vezes, por homens, estes empunham seus bastões (como um sinal de virilidade), desafiam os companheiros, que fazem o mesmo, e começa o "confronto". Um bate de cá, outro bate de lá. Viram-se, sempre encontrando bastão com bastão, e realizam uma das mais belas coreografias dos folguedos.

       Às vezes associado ao ato do corte da cana verde, por causa das viradas de um para outro lado, ou ao cateretê, por causa das batidas de palmas.


         O mineiro-pau é uma festa de cores, coreografias, duelos e (por que não?) poesia. Uma mistura de ritmos e influência, que se difere dos outros folguedos por não ter nenhuma ligação explícita com qualquer ritual religioso ou feitiçaria. A "dança" é sempre acompanhada por um batuque de pandeiro, as vezes sanfona e caixa, e palmas.


         Tem cheiro e gosto de interior, de chão de terra batido e casinhas de madeira. As apresentações ocorrem em datas variadas, podendo tanto ser em festas que comemoram a abolição da escravatura ou até mesmo no carnaval. Alguns grupos, como o de Barão de Monte Alto, organizam uma festa, chamada de "micareme" (que nada mais é do que um carnaval fora de época) onde desfilam pelas ruas da cidade mostrando a dança. Muitos grupos têm como parte integrante o boi pintadinho (RJ) ou o boi-lé (MG).


       Os vídeos a na Galeria pretende, além de apresentar o folguedo, também passar um pouco dessa idéia, do mineiro-pau como arma, com a destreza de um adulto, mas, ao mesmo tempo, como arte, com a sensibilidade de uma criança.

(fonte: Livro “ Folguedos da Mata”  de Oswaldo Giovannini Junior)


O Livro Folguedos da Mata resulta do trabalho de pesquisa realizado na região da Zona da Mata de Minas Gerais, entre 2002 e 2005,sobre grupos tradicionais populares, seus mitos, ritos, músicas, danças, orações, autos e festas.


O Mineiro Pau de Itamarati de Minas está registrado neste livro, pag. 182)

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