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ABRINDO A RODA

“Oi abre a roda tindolelê
     Ôi abre a roda tindolalá

Ao lado de fora da escola, no momento seguinte, começa a organização para saída do cortejo. Grupo de mineiro Pau de Cataguazes e de Recreio também enriqueceram o evento.


Um cortejo melodioso, ritmado e cheio de pertencimento, começou a descer a rua, acompanhado pela população que assistia das calçadas, no comercio e nas janelas: “sabendo que a banda tocava pra elas”.


É fundamental registrar e valorizar a confraternização intergeracional com a presença de crianças, adolescentes e jovens integrando os diversos grupos presentes, como um bom sinal de luz e sal alimentando a corrente sanguínea desta cultura viva.


No histórico dos fundadores do Mineiro Pau de Itamarati vamos perceber a importância da família Marques no processo de resistências, luta contra preconceitos, valorização da diversidade e preservação da memoria cultural.


O site da prefeitura de Itamarati de Minas (histórico II) diz o seguinte: Por volta dos anos de 1934 a 1940 o Distrito contava com quatro clubes recreativos:

Esperança - comandado por Vigorito Lamas da Silva, Otávio Rodrigues, Geraldo Ferraz, entre outros (brancos e poder aquisitivo maior); Verde - comandado pelo senhor Totó e outros (negros); Elite - comandado pelos Alves (brancos menos abastados); Amarelo - comandado por Irineu Severino (mestiços). Neste período, o preconceito racial e social era notável. As classes sociais não permitiam o entrosamento entre si (...).


O Senhor Totó mencionado neste site apenas pelo apelido, na verdade é  Sebastião Marques Filho, inclusive nome de rua na cidade, e, pai de Sebastiana da Conceição Marques Martins, esposa de Abelar Evangelista Martins, os Brincantes² Griôs³, que junto com seu honorável grupo, mantem viva esta tradição na cidade de Itamarati de Minas.


Nosso Evoé e Axé para todas e todos!


www.ciadejovensgriots.org.br

 

¹LEI No 10.639/2003. Altera a Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira”.


²Brincante é o modo como os artistas populares se autodenominam. Eles nunca se nomeiam "dançarinos" ou "atores", ele se dizem "brincantes"; ao realizar um espetáculo, não dizem que vão "fazer um show", dizem que vão "brincar". Essa visão lúdica do fazer artístico estabelece fronteiras tão distantes da nossa realidade contemporânea que se faz necessário um estudo para compreender a profundidade dessa denominação. (Instituto brincante)

 

³Griôt
Termo do vocabulário franco-africano criado na época colonial para designar o narrador, cantor, cronista e genealogista que, pela tradição oral, transmite a história de personagens e famílias. Presente, sobretudo na África ocidental, notadamente onde se desenvolveram os faustosos impérios medievais africanos (Gana, Mali, Songai etc.), recebe denominações variadas, dyéli ou diali, entre os Bambaras e Mandingas, guésséré entre os Saracolês, wambabé, entre os Peúles, aoulombé, entre os Tucolores , e guéwel, (do árabe qawwal) entre os Uolofes.
(Enciclopédia da Diáspora Africana - Ney Lopes)

No dia 20/05 o Grupo Mineiro Pau de Itamarati de Minas reuniu diversos grupos da Região para um encontro e cortejo pela cidade. A iniciativa que acontece anualmente é uma grande festa que coloca a cidade no roteiro cultural da região da zona da mata mineira.
O domingo acordou ensolarado e Os tambores soaram um bom dia para comunidade que acordava suas memorias despertando para este legado cultural que sobrevive e reencanta a cidade.


A concentração começou às 10 horas da manhã nas dependências da Escola Municipal Pedro Furtado, promovendo um bom exemplo de implementação da lei 10639/03¹ , fortalecendo o ensino/aprendizagem na valorização da relação escola/comunidade e preservação do patrimônio cultural (material e imaterial) afro-brasileiro.


Um café da manhã recebeu fraternalmente os brincantes e convidados que caminhavam pelas dependências da escola como eternos aprendizes e mestres guardadores da tradição e dos saberes populares. 


O grupo de mulheres do Mineiro Pau de Itamarati abriu os festejos cantando e dançando acompanhadas por musica ao vivo com duas vozes femininas, violão e som da percussão dos grupos convidados que animavam a dança dos bois, burrinhas e bonecões que aguardavam o momento de ganhar as ruas.

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